A história do Recôncavo baiano açucareiro fundamentalmente foi e continua sendo escrita por mãos de pele negra. Outrora mão-de-obra escrava, que com o corpo marcado a ferro em brasa, ergueu prédios colônias, aos pés descalços, cortou e carregou cana-de-açúcar e fumo durante três séculos no Brasil, de senhores de engenhos e barões do café e fumo, que tinham na mão-de-obra negra uma proposta de “desenvolvimento econômico da região”. Mas foi no legado da resistência negra e no aprendizado da constante busca pela liberdade, ou seja, na busca do direito legitimado, que a Chão de Barro – Empreendedores Sociais, materializa seu respeito por esse povo e buscou em sua logomarca externar esse sentimento.
A identidade visual possui símbolos correlatos à figura do negro como referência de resistência e luta. Podemos representar essas características através, por exemplo, da mulher negra, que em seu ventre, trazia a esperança de um futuro diferente dos grilhões do passado. Mesmo grávida, responsável por sua vida e outra, que em breve pisaria em novo chão de massapê, ainda tinham que trabalhar, carregando no alto de sua cabeça, cestos de cipó e palha cheios de café. De igual forma é no nome Chão de Barro, que nossa marca se manifesta no campo social, na esperança de pisos fortes e passos longos, contrapondo o que seria se de fato, pisássemos em firmes solos.
Portanto é na figura emblemática, em solo de barro em pés descalços, que a Chão de Barro – Empreendedores Sociais busca se manter em pé, sobretudo em meio às limitações que uma organização não governamental tem para desenvolver seu papel, principalmente no espaço local, enfrentando a pobreza social e econômica/material com estratégias sustentáveis e tecnologias que contribuam para o fomento do capital social, inclusão produtiva, desenvolvimento local e uma efetiva participação cidadã.